Mídia e Comunicação

          A influência dos meios de comunicação de massa sobre a sociedade é muito grande e pode ser positiva ou negativa. Particularmente, entendo que os produtos da mídia atual são elaborados de modo que o espectador (jovem ou adulto) seja a cada dia mais alienado aceitando as noticias e informações sem questioná-las nem coloca-las a prova. Por detrás de tudo que é produzido pela mídia está o interesse de manter a sociedade sob controle, sem reação, para que os políticos ou as grandes empresas e aglomerados sobressaiam. Por outro lado, é inegável a força dos veículos de comunicação, especialmente a televisão, que provoca na população a impressão de que as informações por ela veiculadas são incontestáveis.

          Quanto à influência dos produtos midiáticos sobre a população, que pode ser negativa ou positiva, há a necessidade de cada produto apresentar os dois extremos, um positivo para representar uma ideia de preocupação social, e outro negativo, que normalmente firma os verdadeiros interesses corporativos.

          Um bom exemplo de apelo midiático foi postado por Bruno Barros Barreira no Observatório da Imprensa e pontua o programa de TV CQC  (Custe o que Custar).

Em menos de um ano, o CQC (Custe o que Custar) ganhou notoriedade e forte audiência no país. As representações contidas no produto são variadas. Há representações ideológicas positivas e outras negativas. No lado positivo, pode-se argumentar que o programa apresenta jovens honestos, extremamente insatisfeitos com a corrupção na política e na sociedade, chegando a sofrer ameaças de censura. Assim, pode-se dizer que sua representação serve como uma espécie de "incentivo" aos jovens para tomar consciência política cidadã; exigir conduta ética de seus representantes e combater a corrupção.

Já do lado negativo, pode-se dizer que o programa possui o seguinte "eu ideológico": é totalmente   formado por homens, brancos e representantes da classe média e alta paulista. Diversas piadas machistas são feitas durante o programa e, não raro, sexistas, colocando a mulher como simples objeto sexual. Não é à toa que o programa já foi processado diversas vezes. Um exemplo que ficou notório foi o caso das integrantes do grupo musical Sexy Dolls, que foram chamadas de prostitutas pelo apresentador Marcelo Tas. O lado machista do programa também é reforçado pelas piadas e brincadeiras satirizando os homossexuais, com ironias sobre comportamentos que seriam "típicos" de um gay, entre os próprios integrantes, às vezes, como se fossem vergonhosos. Assim, sua representação ideológica aponta para o homem branco heterossexual, honesto, machista, sem espaço claro para outras etnias.

     Há nas entrelinhas dos processos de comunicação a influência também de uma mídia globalizada, que alcança todos os continentes, seja pela TV, internet, rádio, etc. É uma globalização que deseja unir a cultura ao mercantilismo fazendo assim acontecer a desterritorialização seja um processo contínuo crescente.

     Os produtos midiáticos relacionam as velhas e as novas mídias, as tecnologias, a lógica dos mercados e a globalização. Com foco diversificado e direcionado basicamente para as dimensões políticas e tecnológicas da comunicação, mantém o controle quase total dos mecanismos de produção, da distribuição dos conteúdos informativos e de entretenimento. E isso enraíza as comunidades virtuais, os movimentos de protesto ou não, e torna mais complexa a sistematização das identidades, pois, apela a novos processos de interação e participação e novas formas de comunicação.

Carmelo Antônio Vaz

Referências
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/produtos_midiaticos_e_representacoes_sociais acesso em 02.04.2012.